De acordo com dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), a participação feminina teve um aumento de 60% no setor de tecnologia entre 2015 e 2022. O número é animador diante do desafio do setor em promover diferentes perspectivas e necessidades que atendam todos os grupos sociais.
Inteirado dessa importância, o Base27 patrocina, a partir desta quarta-feira (04), o projeto Meninas Tech, uma iniciativa voltada para a qualificação de mulheres pretas e pardas na área de tecnologia. O programa é baseado em três pilares: empoderar, qualificar e incluir. A iniciativa é do Instituto Oportunidade Brasil (IOB), que recebe patrocínio e apoio do hub.
Para a Diretora de Educação do Base27, Juliana Ferrari, a inclusão de mulheres em tecnologia ajuda a promover a igualdade de gênero e combater a descriminação.
“O Meninas Tech vem para mostrar que a mulher pode, deve e precisa estar onde ela se sente realizada, não só vocacionada. Assim, a gente mostra que tem lugar para todo mundo. Que o setor seja mais um ambiente acolhedor e que trabalhe potências independente do que a gente julga como certo e errado. Errado é você estar num lugar onde você não quer estar”, alerta.
Representatividade na tecnologia
Mesmo com o crescimento na representatividade, as mulheres ainda são minoria na tecnologia. O fato do setor ser dominado por homens dificulta o encorajamento para que mulheres se qualifiquem e se interessem pela atuação no setor. Apesar disso, nomes como Miriam Oshiro (co-founder da OriginalMy), Nina Silva (fundadora do Movimento Black Money e D’Black Bank) e Camila Achutti (fundadora da Mastertech) aparecem como referência.
“Vamos mostrar que elas podem, que é para elas, esse ambiente e conteúdo, porque desde pequena a gente é acostumada a separar, até na forma de brincar. As meninas ganham casinhas, roupinhas e coisas de enfermeira, do cuidado, e os meninos cubo mágico, aparelhos de montar e jogos de xadrez. Assim, indiretamente vamos dizendo no que elas podem participar. A parte de tecnologia fica muito distante”, comenta Juliana.
No Brasil existem mais mulheres do que homens. Dados do IBGE (2022) mostram que 51,1% dos brasileiros são mulheres. Por isso, é importante que a realidade da sociedade e os desafios particulares das mulheres sejam refletidos nas soluções tecnológicas.
Para Verônica Lopes, presidente do Instituto Oportunidade Brasil, é necessário mudar essa dinâmica e criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e diverso.
“É fundamental para construir uma sociedade mais justa e igualitária, na qual todos os indivíduos possam contribuir plenamente e se beneficiar das oportunidades disponíveis. A diversidade enriquece a sociedade, trazendo diferentes perspectivas, experiências e habilidades. Um ambiente diversificado estimula a inovação, a criatividade e a resolução de problemas de maneiras mais eficazes”, ressalta.